O GETSÊMANI DA VIDA
Pr. JACIR AILTON DA SILVEIRA –CFP - C-1280
Mateus 26: 36-46 – “36 Então foi
Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmani, e disse aos discípulos: Sentai-vos
aqui, enquanto eu vou ali orar. 37 E levando
consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a
angustiar-se. 38 Então lhes disse: A minha alma
está triste até a morte; ficai aqui e vigiai comigo. 39 E
adiantando-se um pouco, prostrou-se com o rosto em terra e orou, dizendo: Meu
Pai, se é possível, passa de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero,
mas como tu queres. 40 Voltando
para os discípulos, achou-os dormindo; e disse a Pedro: Assim nem uma hora
pudestes vigiar comigo? 41 Vigiai e
orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto,
mas a carne é fraca. 42
Retirando-se mais uma vez, orou, dizendo: Pai meu, se este cálice não pode
passar sem que eu o beba, faça-se a tua vontade. 43 E,
voltando outra vez, achou-os dormindo, porque seus olhos estavam carregados. 44
Deixando-os novamente, foi orar terceira vez, repetindo as mesmas palavras. 45 Então
voltou para os discípulos e disse-lhes: Dormi agora e descansai. Eis que é
chegada a hora, e o Filho do homem está sendo entregue nas mãos dos pecadores. 46
Levantai-vos, vamo-nos; eis que é chegado aquele que me trai”.
JESUS estava em grande agonia pela
proximidade da crucificação, da separação do PAI e da morte pelos pecados do
mundo. O plano divino estava traçado, mas a natureza humana de JESUS ainda
lutava.
Hebreus 5: 7-9 – “O qual nos
dias da sua carne, tendo oferecido, com grande clamor e lágrimas, orações e
súplicas ao que podia livrar da morte, e tendo sido ouvido por causa da sua
reverência, ainda que era Filho, aprendeu a obediência por meio daquilo que
sofreu; e, tendo sido aperfeiçoado, veio a ser autor de eterna salvação para
todos os que lhe obedecem”. Embora tenha clamado a DEUS pedindo o
livramento, JESUS estava preparado para sofrer a humilhação, a separação do
PAI, e a morte a fim de fazer a vontade de DEUS.
Às vezes sofreremos tribulações, não
porque queiramos sofrer, mas porque queremos obedecer a DEUS. Que a obediência
de JESUS o sustente e encoraje em tempos de tribulação. Você poderá enfrentar
qualquer coisa se souber que JESUS CRISTO está com você.
Você já se sentiu como se DEUS não
ouvisse as suas orações?
Certifique-se de estar orando com
reverente submissão, disposto a fazer a vontade do SENHOR. DEUS responde a seus
filhos obedientes.
A vida humana de JESUS não foi um texto
que ELE seguiu passivamente. Foi uma vida que ELE escolheu livremente – João 10:
17,18 – “Por isto o Pai me ama, porque
dou a minha vida para a retomar. Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a
dou; tenho autoridade para a dar, e tenho autoridade para retomá-la. Este
mandamento recebi de meu Pai”.
A morte e a ressurreição de JESUS, como parte do plano do PAI
para a salvação do mundo, estavam sob o completo controle de DEUS. Ninguém
poderia matar JESUS sem o seu consentimento.
Foi um processo contínuo de fazer a vontade de DEUS, o PAI,
que era a sua própria vontade. JESUS escolheu obedecer, embora a obediência o
levasse ao sofrimento e à morte. Por JESUS ter obedecido perfeitamente, mesmo
sob grande provação, ELE pode nos ajudar a obedecer, não importa quão difícil a
obediência pareça ser.
CRISTO sempre foi moralmente perfeito. Obedecendo, ELE
demonstrou a sua perfeição a nós, não a DEUS ou a si mesmo. Na BÍBLIA o termo:
“perfeito” (ou consumado) normalmente significa totalidade ou maturidade.
Compartilhando a nossa experiência de sofrimento, CRISTO compartilhou
completamente a nossa experiência humana. ELE é agora capaz de oferecer a
salvação eterna àqueles que o obedecem.
Sugiro que vejam a atitude de CRISTO ao tomar sua forma
humana, Filipenses 2: 5-11.
Por ter sofrido tamanha angústia, JESUS pode ter compaixão de
nosso sofrimento. A força para cumprir sua missão veio de sua comunhão com o
PAI, que também é a fonte de nossa força.
João 17: 11, 15, 16, 21,
26 – “11 Eu não
estou mais no mundo; mas eles estão no mundo, e eu vou para ti. Pai santo,
guarda-os no teu nome, o qual me deste, para que eles sejam um, assim como nós.
15 Não rogo
que os tires do mundo, mas que os guardes do Maligno. 16 Eles não
são do mundo, assim como eu não sou do mundo. 21 para que
todos sejam um; assim como tu, ó Pai, és em mim, e eu em ti, que também eles
sejam um em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste. 26 e eu lhes
fiz conhecer o teu nome, e lho farei conhecer ainda; para que haja neles aquele
amor com que me amaste, e também eu neles esteja”.
V. 39 E adiantando-se um
pouco, prostrou-se com o rosto em terra e orou, dizendo: Meu Pai, se é
possível, passa de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como
tu queres.
JESUS não estava se rebelando contra a vontade do PAI quando
perguntou se era possível afastar o cálice da separação e do sofrimento. Na
verdade , ELE estava reafirmando seu desejo de fazer a vontade de DEUS, quando
disse: “Todavia, não seja como eu quero, mas como
TU queres”.
Sua oração nos revela seu terrível sofrimento. Sua agonia era
pior do que a morte, porque estava pagando por todos os nossos pecados ao ser
separado de DEUS. O FILHO DE DEUS, que jamais pecou, tomou sobre si os nossos
pecados para nos salvar do sofrimento e da separação.
Em momentos de sofrimento, as pessoas às vezes desejariam
conhecer o futuro ou a razão de sua agonia. JESUS sabia o que o esperava e
conhecia o motivo. Mesmo assim, sua luta foi intensa, mais violenta do que
qualquer outra que temos de enfrentar um dia.
O que é necessário para ser capaz de dizer: “Faça em mim a tua vontade”? É necessário ter uma
sólida confiança nos planos de DEUS bem como permanecer em oração para dar cada
passa nesse caminho.
JESUS usou a sonolência de Pedro para preveni-lo contra todas
as espécies de tentação que os discípulos logo enfrentaria. A maneira de vencer
a tentação é conservar-se alerta e orar. Manter-se atento significa estar
consciente das possibilidades de ser tentado, perceber a sutileza da tentação e
estar espiritualmente equipado para vencê-la.
Pelo fato de a tentação atingir-nos onde somos mais
vulneráveis, não podemos resistir sozinhos. A oração é essencial porque o poder
de DEUS pode fortalecer nossas defesas e derrotar o poder de satanás.
Era a festa da Páscoa judaica, a cidade de Jerusalém
estava fervilhando de gente vinda de todos os campos, o Sinédrio judaico nas
caladas da noite conspirava contra Jesus, e Jesus está no Cenáculo conversando
com os seus discípulos, lavando os pés dos seus discípulos, ensinando-os acerca
da humildade, acerca da promessa da vinda do Espírito Santo.
Jesus ora pelos seus discípulos, Jesus ministra a
Ceia para os seus discípulos, e neste momento, Judas sai para trair a Jesus.
Este é um tempo difícil, onde Jesus sai do Cenáculo para ir ao Getsêmani, que
era um jardim defronte ao templo de Jerusalém, nas fraldas do monte das
Oliveiras, ali havia uma prensa de azeite, e Getsêmani significa isto: “PRENSA
DE AZEITE”.
É neste lugar que Jesus vai travar a mais decisiva
batalha da humanidade.
É neste lugar que Jesus vai prostrar-se ao chão, e
suar sangue e chorar compulsivamente.
É neste lugar que Jesus vai se levantar pra
determinadamente ir para o Calvário morrer numa cruz em nosso lugar e em nosso
favor.
O Getsêmani da vida também é assim, e nele
enfrentamos alguns obstáculos:
EM PRIMEIRO LUGAR, enfrentamos o drama da angústia
e da aflição. Para a multidão Jesus falou muitas coisas, mas quando ele
precisou falar sobre o traidor ele falou apenas para os seus doze apóstolos,
quando ele entrou no Getsêmani, para falar que a sua alma estava angustiada até
a morte, ele só disse isto para Pedro, Tiago e João.
Mas quando Ele suou sangue,
quando Ele ofereceu a Deus orações com forte clamor e lágrimas, quando Ele
sentiu o preço do nosso pecado, Ele estava literalmente só, suando sangue,
prostrado ao chão.
Na vida nós passaremos pelo
Getsêmani da aflição e da angústia.
Haverá circunstâncias que teremos
ao nosso lado amigos, outras circunstâncias teremos poucos e achegados amigos,
mas na hora da nossa dor mais profunda, das nossas lágrimas mais quentes, do
sangue esvaindo-se de nós, quando estivermos prostrados, esta é a hora em que
nós beberemos deste cálice sozinho, ali estaremos enfrentando o drama das
angústias mais profundas e mais avassaladoras.
É importante perguntar o porquê
de Jesus estar triste, por que a sua alma está aflita?
Certamente não foi porque o
Cinédrio nas caladas da noite tramava contra Ele.
Jesus não está triste apenas
porque Judas covardemente o traiu por míseras moedas de prata;
A tristeza de Jesus não é
decorrente do fato de que Pedro haveria de negá-lo naquela noite;
A tristeza de Jesus não está no
fato de que os judeus, por inveja, o entregariam a Pôncio Pilatos, que por
covardia o entregaria à cruz.
A tristeza de Jesus não consiste
no fato de saber que ele vai ser cuspido, torturado, esbordoado, que vão
enterrar em sua cabeça uma dolorosa coroa de espinhos.
A tristeza de Jesus não está no
fato de ser entregue nas mãos dos pecadores para ser preso numa cruz diante de
dores lancinantes.
A angústia de Jesus está no fato
de saber, que Ele se faria pecado por nós, Ele que é Santo, Santo, Santo,
haveria de se fazer maldição por nós, e haveria de beber o cálice da ira de
Deus por nós, e que seria abandonado pelo próprio Pai, naquela cruz maldita, para
se fazer pecado e maldição por nós e morrer a nossa morte, para nos dar a Vida
Eterna.
Na vida nós também enfrentaremos
o Getsêmani da dor, da aflição e da tristeza.
No Getsêmani da vida nós também
enfrentaremos o drama da solidão.
Jesus Cristo foi acompanhado por
uma vasta multidão, mas quando Ele precisou conversar sobre o traidor no
Cenáculo, Ele só disse essas palavras para os seus doze discípulos.
Dali Ele desce para o monte Sião,
atravessa o vale do Cedrom, penetra nas fraldas do monte das Oliveiras, e
quando chega ao jardim do Getsêmani, diz a Escritura que Ele disse para Pedro,
Tiago e João ficarem do lado dEle, para o assistirem, para vigiarem com Ele, e
somente para esses três mais íntimos Jesus disse: “A
minha alma está profundamente triste, até a morte”.
Entretanto, Jesus deixou os três
e caminhou adiante e prostrou o rosto em terra, e clamava: “Pai, se possível passa de mim este cálice, mas não se
faça a minha vontade e sim a Tua”.
Diz o médico Lucas que a
intensidade da oração de Jesus foi tal, e a agonia dEle foi tão profunda que
Ele começou a suar sangue.
Nesta hora, Jesus estava literal
e absolutamente sozinho.
Possivelmente na caminhada da
vida você terá amigos, companheiros, família, talvez nas horas mais amargas e
difíceis você pedirá a um grupo para estar ao seu lado, mas quando você tiver
que enfrentar o Getsêmani da sua solidão, quando seus joelhos se dobrarem e o
seu rosto cair por terra, quando as lágrimas grossas começarem a rolar pela sua
face, quando você começar a sentir o drama de suar sangue e enfrentar a
angústia mais profunda da sua alma, possivelmente nesta hora você estará
sozinho, este é o Getsêmani da solidão.
Mas Jesus Cristo enfrenta também
o Getsêmani da oração.
Jesus Cristo vai ao jardim para
orar, e Ele diz aos seus discípulos: “Vigiai e orai
para que não entreis em tentação, a carne é fraca”.
E Jesus agora chega para os três
discípulos, Pedro, Tiago e João e diz: “vigiai
comigo”, e Ele avança um pouco mais, e se dobra, põe o rosto em terra e
começa a orar: “Pai, se possível passe de mim este
cálice, mas não seja feita a minha vontade e sim a Tua”.
Jesus se levanta da oração e vai
ao encontro de Pedro, Tiago e João, que estavam dormindo.
Jesus os acorda e diz a Pedro,
nem uma hora pudestes vigiar comigo, vigiai e orai para que não entreis em
tentação; Jesus retorna ao local solitário de oração, prostra-se com o rosto em
terra e repete a oração: “Pai, se possível passe de
mim este cálice, mas não seja feita a minha vontade e sim a Tua”.
Diz a Bíblia que Jesus levanta-se
outra vez e vai ao encontro de Pedro, Tiago e João e eles ainda estão dormindo,
e Lucas diz que eles estavam dormindo o sono da tristeza, e Jesus os repreende
outra vez por estarem dormindo e não vigiando e orando, e retorna outra vez, e
Lucas nos informa que Jesus ora pela terceira vez, não apenas repetindo as
mesmas palavras, mas mais intensamente, com mais fervor e intensidade; e é aí
que Hebreus nos informa que Jesus ora com forte clamor e lágrimas.
Possivelmente as lágrimas
banharam a sua face, molharam o chão; esse é o momento que Lucas informa que o
suor de Jesus começa a se transformar em gotas de sangue caindo ao chão, mas
Ele se levanta desta oração vitorioso, fortalecido e vai acordar os seus
discípulos: “ainda dormis e repousais, levantemo-nos
porque o traidor se aproxima”.
Jesus agora está fortalecido para
enfrentar os seus inimigos.
Quando a turma chega, capitaneada
por Judas Iscariotes, Jesus pergunta: a quem
buscais? E eles respondem a Jesus o nazareno. Jesus diz: “Sou Eu”.
E diz a Bíblia que eles caíram
por terra.
Eles se ergueram outra vez e
Jesus diz novamente: a quem buscais? E eles respondem a Jesus o nazareno. Jesus
diz: “Sou Eu, então deixem estes outros irem”.
Jesus se levanta não para fugir,
Ele se levanta para enfrentar os seus inimigos, Jesus sabia que havia chegado a
Sua hora, aquela hora traçada na eternidade, aquela hora apontada pelo relógio
do Céu tinha chegado e Jesus haveria de ser entregue nas mãos dos pecadores
para morrer numa cruz em nosso lugar, em nosso favor, para nos dar perdão,
redenção e vida eterna.
Mas diz a Bíblia que Jesus também
passa pelo Getsêmani do consolo.
Enquanto Jesus agonizava em
oração no Getsêmani, sem a presença de seus discípulos, sem a vigilância de
Pedro, Tiago e João, diz a Escritura que diante do drama daquela cena, o
inimigo se aproximando com as suas espadas, Pedro saca sua espada, e Jesus
disse: “Guarda tua espada Pedro, se eu precisasse,
eu mandaria vir dos céus doze legiões de anjos”.
Doze legiões de anjos são setenta
e dois mil anjos.
Jesus não precisava desse
exército angelical para lutar por Ele, pois exatamente para esta hora Ele havia
vindo ao mundo.
Mas diz a Bíblia que Deus enviou
um anjo para consolar Jesus.
Nos Getsêmanis da vida, no vale
escuro da caminhada, quando você sentir a dor apertando seu peito, quando você
perceber que as pessoas mais próximas vão estar longe de você ou perto, mas
indiferentes à sua dor, nesta hora virá do céu um consolo angelical, virá do
céu um consolo extraordinário, porque Deus é um Deus que nos consola na hora da
nossa angústia, Ele é o Deus e Pai de toda consolação.
Deus não nos poupa dos problemas,
Deus não nos poupa das aflições, mas Deus nos consola nas aflições.
Nos jardins da vida quando
tivermos que enfrentar os Getsêmanis, a prensas de azeite, quando nos sentirmos
amassados emocionalmente, nessas horas passaremos por tristezas sim, passaremos
por momentos de solidão também, teremos que dobrar os nossos joelhos com oração
fervorosa e com lágrimas.
Mas é verdade que nós receberemos
de Deus o consolo, o refrigério e o bálsamo da sua presença.
O nosso Deus é o Deus e Pai de
toda consolação;
É o Deus que enxuga as nossas
lágrimas;
É o Deus que nos apanha no colo;
É o Deus que nos carrega nos
braços;
É o Deus que sustenta nossa vida;
Que transforma vales em
mananciais;
Que transforma noites escuras em
manhãs radiosas, e
É o
Deus que põe em nossos lábios um hino de louvor nas noites escuras da nossa
aflição.
Amém!!!
Pr. JACIR AILTON DA SILVEIRA – Teólogo
Membro do CFP – Conselho Federal de Pastores desde 07/2010, sob nº C-1280
Nossos contatos:
e-mail: jacirailtondasilveira@gmail.com
Telefones: 0xx44 99900-9947
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