Fornicação
Negociando o corpo
Pr. JACIR AILTON DA
SILVEIRA – Membro do CFP – Conselho Federal de Pastores sob o nº C-1280
Os estudantes dos dias de hoje têm, em
muitos momentos, desprezado os significados das raízes de palavras bíblicas com
o aviso de que estas idéias nunca se passaram pela cabeça dos cristãos do
primeiro século. Eles nos dizem, por exemplo, que os discípulos primitivos
jamais associaram a idéia de “chamados”
com a palavra ekklesia (igreja), quando os apóstolos usaram este termo
para denotar o povo de Deus.
Eles pensavam em um “grupo”, “congregação” ou “assembléia”.
O mesmo, dizem eles, pode ser dito da palavra “parábola” (“colocado ao lado
de”) – uma narrativa de um evento da vida colocado ao lado de uma idéia ou
verdade espiritual. Meramente pensavam em uma “ilustração” ou estória “desenhada”.
Então, estou confiante, pode também dizer que não pensaram automaticamente nas
origens de palavras traduzidas como “sinagoga”
(“trazer”+”juntos”), despenseiro ("casa" + "lei"), "apóstolo" ("de" + "um enviado"),
etc.
Até certo ponto podemos concordar com
essas observações, mas precisamos acrescentar um aviso: aqueles que
negligenciam o estudo das origens das palavras assim o fazem para seu próprio
detrimento como estudantes da Bíblia. Estão roubando de si mesmas imagens e
ilustrações que aumentam a compreensão destes conceitos bíblicos básicos.
Aqueles que nos lembram que ekklesia
nunca criou uma imagem de “chamados”
nas mentes dos discípulos são rápidos em apontar nas Escrituras que a igreja
consiste daqueles que foram “das trevas para a sua [de Deus] maravilhosa
luz” (veja 1 Pedro 2:9-10 – “Mas
vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido,
para que anuncieis as grandezas daquele que vos chamou das trevas para a sua
maravilhosa luz; vós que outrora nem éreis povo, e agora sois de Deus; vós que
não tínheis alcançado misericórdia, e agora a tendes alcançado”). Os
cristãos às vezes falam do “sacerdócio
real”. Nos tempos de AT, as pessoas não se aproximavam de DEUS diretamente.
Um sacerdote agia como intermediário entre DFEUS e os seres humanos pecadores.
Com a vitória de CRISTO na cruz, tal padrão foi mudado.
Agora podemos estar diretamente na
presença de DEUS, sem medo. Em Hebreus 4.16 – “Cheguemo-nos, pois, confiadamente ao trono da graça, para que
recebamos misericórdia e achemos graça, a fim de sermos socorridos no momento
oportuno”. A oração é o meio pelo qual nos aproximamos de DEUS, e devemos
nos chegar a ele “com confiança”. Alguns cristãos se aproximam de DEUS
humildemente com suas cabeças curvadas, com medo de pedir-lhe que atenda às
suas necessidades. Outros oram de forma irreverente, sem pensar naquilo que
estão dizendo. Aproxime-se do SENHOR com reverência, porque ELE é o seu Rei.
Mas aproxime-se também com confiança, porque ELE é o seu Amigo e Conselheiro.
E recebemos a responsabilidade de
aproximar outras pessoas a ELE. Em 2ª Coríntios 5.18-21 – “Mas todas as coisas provêm de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo
por Cristo, e nos confiou o ministério da reconciliação; pois que Deus estava
em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas
transgressões; e nos encarregou da palavra da reconciliação. De sorte que somos
embaixadores por Cristo, como se Deus por nós vos exortasse. Rogamo-vos, pois,
por Cristo que vos reconcilieis com Deus. Àquele que não conheceu pecado, Deus
o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus”.
DEUS
nos reconcilia consigo mesmo tirando os nossos pecados. E Efésios 2.13-18 – “Mas agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis
longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto. Porque ele é a nossa paz, o
qual de ambos os povos fez um; e, derrubando a parede de separação que estava
no meio, na sua carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos
contidos em ordenanças, para criar, em si mesmo, dos dois um novo homem, assim
fazendo a paz, e pela cruz reconciliar ambos com Deus em um só corpo, tendo por
ela matado a inimizade; e, vindo, ele evangelizou paz a vós que estáveis longe,
e paz aos que estavam perto; porque por ele ambos temos acesso ao Pai em um
mesmo Espírito”. E nos torna justo
diante si.
Quando confiamos em CRISTO, deixamos
de ser inimigos de DEUS, e não somos mais estranhos nem estrangeiros para ELE.
Por sermos reconciliados com DEUS, temos o privilégio de encorajar outros a
fazerem o mesmo. Deste modo, temos “o ministério da reconciliação”.
Como crentes somos embaixadores de CRISTO, enviados a pregar sua mensagem de reconciliação ao mundo.
Como você está cumprindo a sua missão
de ser um embaixador de CRISTO?
Quando confiamos em CRISTO, fazemos
uma troca: ELE toma nossos pecados e nos torna justos para com DEUS. Nosso
pecado foi lançado sobre CRISTO em sua crucificação. Recebemos sua justiça por
ocasião de nossa conversão. Isso é o que os cristãos querem dizer quando se
referem à expiação que CRISTO fez pelo pecado. No mundo as permutas só são bem
sucedidas quando as pessoas trocam bens de valor relativamente igual. Mas DEUS
se oferece para trocar sua justiça pelos nossos pecados – algo de valor
incomensurável por algo completamente desprezível.
Quão agradecidos devemos ser por sua
generosidade para conosco!
Quando nos unimos a CRISTO como
membros de seu corpo, nos unimos à sua obra sacerdotal de reconciliar as
pessoas com DEUS.
As pessoas freqüentemente baseiam seu
conceito próprio em suas realizações. Mas o nosso relacionamento com CRISTO é
muito mais importante do que o nosso trabalho, sucesso, riqueza ou
conhecimento. Fomos particularmente escolhidos por DEUS e chamados para
representá-lo às outras pessoas. Lembre-se de que seu valor se origina de você
ser um filho de DEUS. E não daquilo que você pode alcançar. Você tem valor pelo
que DEUS faz, não por aquilo que você faz.
O conhecimento da origem de uma
palavra e das utilizações antigas fornece aos evangelistas e professores
materiais básicos com os quais podem trazer os estudantes da Bíblia de volta à
essência da igreja do Senhor. E é assim com muitas outras palavras.
Uma verdade importante, por exemplo,
está inculcada nas mentes dos nossos jovens na idéia original da palavra “fornicação”. O seu significado, neste
caso, é mais que uma ilustração; é a base para a compreensão da natureza
essencial deste pecado. Os termos “prostituta”,
“fornicação”, “fornicar” e “fornicador”
todos vêm de uma palavra que significava “vender”
e é a base da palavra em português “pornografia”.
Compreendemos a relação destas palavras a “prostituta”
– uma pessoa que vende o seu corpo, um que negocia o corpo por dinheiro.
Sim, sabemos que as imagens de “negociar” ou “transação” de negócios nunca passou pela cabeça dos cristãos
quando ouviram a palavra porneia ("fornicação").
Eles, certamente, pensaram em “imoralidade
sexual” e imaginaram homens e mulheres unindo seus corpos sexualmente em
relações fora do casamento. E eles, pela palavra em si, nunca pensaram em
pessoas tendo relações sexuais por dinheiro.
Tudo isso é claro. Mas o que não foi
visto, ao negligenciar o significado da raiz da palavra, é que a fornicação é
essencialmente uma venda do corpo; é uma negociação ou transação feita entre
uma ou mais pessoas.
Para compreender isso, devemos pensar
no plano original de Deus para o casamento. A mulher foi feita para o homem, e
o seu corpo foi feito para se juntar ao dele para popular a terra e fornecer
prazer físico e pessoal.
Mas aquele relacionamento só poderia
ser aproveitado como uma bênção e privilégio no casamento – depois que os dois
tivessem decidido a “tornarem uma só carne” até a morte (Gênesis
2:24 – “Portanto deixará o homem a seu
pai e a sua mãe, e unir-se-á à sua mulher, e serão uma só carne”. DEUS
presenteou Adão e Eva com o matrimônio. Eles foram criados perfeitos um para o
outro. O casamento não foi uma conveniência, tampouco foi criado por qualquer
cultura. Ele foi instituído por DEUS e possui três aspectos básicos:
1 – O homem deixa os seus pais e, em
ato público, promete-se a si mesmo à sua esposa;
2 – O homem e a mulher são unidos,
assumindo responsabilidades pelo bem estar mútuo e amando um ao outro antes das
outras pessoas;
3 – Ambos tornam-se um na intimidade e
no comprometimento de união sexual que são reservados para o casamento.
Casamentos sólidos incluem estes três
aspectos.
Em Romanos 7:1-3 – “Ou ignorais, irmãos (pois falo aos que
conhecem a lei), que a lei tem domínio sobre o homem por todo o tempo que ele
vive? Porque a mulher casada está ligada pela lei a seu marido enquanto ele
viver; mas, se ele morrer, ela está livre da lei do marido. De sorte que,
enquanto viver o marido, será chamado adúltera, se for de outro homem; mas, se
ele morrer, ela está livre da lei, e assim não será adúltera se for de outro
marido”. Paulo mostrou que a lei é impotente para salvar o pecador. O
pecador é condenado pela lei; aqueles que observam a lei não conseguem
cumpri-la completamente. Não importa quem somos, somente JESUS CRISTO nos pode
libertar e salvar.
Paulo usou o casamento para ilustrar
nosso relacionamento com a lei. Quando um dos cônjuges morre, o contrato de
casamento fica anulado. Ao morrermos com CRISTO, a lei não pode mais nos
condenar, estando unidos à CRISTO, seu ESPÍRITO nos capacita praticar as boas
obras para DEUS. Então, servimos ao SENHOR não porque obedecemos a um conjunto
de regras, mas porque nosso renovado coração e mente transbordam de amor por
ELE.
1 Coríntios 7:39 – “A mulher está ligada enquanto o marido
vive; mas se falecer o marido, fica livre para casar com quem quiser, contanto
que seja no Senhor”).
Deus revela assim que o casamento é
digno de honra e a cama ou a união de dois corpos é pura no santo matrimônio. O
casamento não era um compromisso com o “corpo”,
mas com a “pessoa inteira” – para
toda a vida, inclusive em épocas de doença, pobreza, tristeza, como também em
épocas de prosperidade, prazer e felicidade.
A “fornicação”,
a união dos corpos na ausência de um compromisso “pessoal” para sempre, é condenada por Deus, e ele julgará aqueles
que a praticam (veja Hebreus 13:4 – “Honrado
seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; pois aos devassos e
adúlteros, Deus os julgará”).
Tais pessoas, diz ele, não herdarão o
reino de Deus (veja Gálatas 5:19-21 – “Ora,
as obras da carne são manifestas, as quais são: a prostituição, a impureza, a
lascívia, a idolatria, a feitiçaria, as inimizades, as contendas, os ciúmes, as
iras, as facções, as dissensões, os partidos, as invejas, as bebedices, as
orgias, e coisas semelhantes a estas, contra as quais vos previno, como já
antes vos preveni, que os que tais coisas praticam não herdarão o reino de
Deus”. Todos nós temos desejos pecaminosos e não podemos ignorá-los. A fim
de podermos seguir a orientação do ESPÍRITO SANTO, devemos, decididamente,
enfrentá-los – crucificá-los. Esses desejos incluem pecados evidentes como
imoralidade sexual e atividades demoníacas. Incluem, também, outros que são
menos óbvios, como hostilidade, ciúme e ambição egoísta. Aqueles que ignoram
esses pecados, ou se recusam a enfrentá-los, mostram que não receberam o dom do
ESPÍRITO que leva a uma vida transformada.
Em 1ª Coríntios 6:9-10 – “Não sabeis que os injustos não herdarão o
reino de Deus? Não vos enganeis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os
adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os
avarentos, nem os bêbedos, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o
reino de Deus”).
Aqui Paulo descreve as características
dos incrédulos. Em 1ª. Coríntios 6.1 Paulo mostra claramente que mesmo aqueles
que pecaram deste modo podiam ter sua vida transformada por CRISTO. Aqueles,
porém, que se diziam cristãos, mas persistiam em tais práticas sem sinal de
arrependimento algum, não herdariam o Reino de DEUS. Essas pessoas precisam
reavaliar sua vida para verificar se realmente crêem em CRISTO.
Em uma sociedade permissiva, é fácil
para os cristãos ignorar ou tolerar algum comportamento imoral (a cobiça, a
embriaguez, e outros mais) enquanto se mostram indignados com outros (por
exemplo: furto e homossexualidade). Não devemos participar de qualquer forma de
pecado ou tolerá-lo; não podemos ser seletivos naquilo que condenamos ou
perdoamos. Afastar-se das formas mais “aceitáveis”
de pecado é penoso, porém não é mais difícil para nós do que foi para os
coríntios. DEUS espera que seus seguidores, de todas as épocas, tenham elevados
padrões morais.
Portanto,
o apóstolo Paulo lembra os cristãos que os seus corpos devem ser santuários do
Espírito Santo – que não pertencem a eles. O corpo, portanto, não é para a
prostituição, mas para o Senhor (veja 1 Coríntios 6:12-20 – “Todas as coisas me são
lícitas, mas nem todas as coisas convêm. Todas as coisas me são lícitas; mas eu
não me deixarei dominar por nenhuma delas. Os alimentos são para o estômago e o
estômago para os alimentos; Deus, porém aniquilará, tanto um como os outros.
Mas o corpo não é para a prostituição, mas para o Senhor, e o Senhor para o
corpo. Ora, Deus não somente ressuscitou ao Senhor, mas também nos ressuscitará
a nós pelo seu poder. Não sabeis vós que os vossos corpos são membros de
Cristo? Tomarei pois os membros de Cristo, e os farei membros de uma meretriz?
De modo nenhum. Ou não sabeis que o que se une à meretriz, faz-se um corpo com
ela? Porque, como foi dito, os dois serão uma só carne. Mas, o que se une ao
Senhor é um só espírito com ele. Fugi da prostituição. Qualquer outro pecado
que o homem comete, é fora do corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu
próprio corpo. Ou não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo,
que habita em vós, o qual possuís da parte de Deus, e que não sois de vós
mesmos?Porque fostes comprados por preço; glorificai pois a Deus no vosso
corpo”).
Aparentemente,
algumas igrejas têm citado e aplicado de forma equivocada as palavras: “todas as coisas me são lícitas”. Alguns
cristãos em Corinto procuravam justificar os seus pecados dizendo que:
1
– CRISTO eliminou todos os pecados, e, assim, eles tinham completa liberdade
para viver como quisessem; e
2
- Que suas ações não estavam
estritamente proibidas pelas ESCRITURAS.
Paulo
respondeu às duas desculpas:
1
– O fato de CRISTO ter tirado os nossos pecados não nos dá a liberdade para
continuarmos fazendo o que sabemos ser errado. O NT proíbe especificamente
muitos pecados (1ª Coríntios 6.9,10) que eram proibidos no AT (Romanos 12.9-21
– “O amor seja não fingido. Aborrecei o
mal e apegai-vos ao bem. Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor
fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros; não sejais vagarosos no
cuidado; sede fervorosos no espírito, servindo ao Senhor; alegrai-vos na
esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração; acudi aos santos
nas suas necessidades, exercei a hospitalidade; abençoai aos que vos perseguem;
abençoai, e não amaldiçoeis; alegrai-vos com os que se alegram; chorai com os
que choram; sede unânimes entre vós; não ambicioneis coisas altivas mas
acomodai-vos às humildes; não sejais sábios aos vossos olhos; a ninguém torneis
mal por mal; procurai as coisas dignas, perante todos os homens. Se for
possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens. Não vos
vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira de Deus, porque está
escrito: Minha é a vingança, eu retribuirei, diz o Senhor. Antes, se o teu
inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque,
fazendo isto amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer
do mal, mas vence o mal com o bem”. e Romanos 13.8-10 – “A ninguém devais coisa alguma, senão o
amor recíproco; pois quem ama ao próximo tem cumprido a lei. Com efeito: Não
adulterarás; não matarás; não furtarás; não cobiçarás; e se há algum outro
mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás ao teu próximo como a ti
mesmo. O amor não faz mal ao próximo. De modo que o amor é o cumprimento da
lei”);
2
– Algumas ações não são pecaminosas em si, porém não são apropriadas porque podem
controlar nossa vida e afastar-nos de DEUS; e
3
– Algumas ações podem magoar as pessoas. Qualquer coisa que magoe em vez de
ajudar os outros não é correta.
Muitas
religiões ensinam que a alma e o espírito são importante, mas o corpo não é; e
o cristianismo é, as vezes influenciado por essas idéias. Na verdade, o
cristianismo considera o aspecto físico de modo muito sério. Adoramos a um DEUS
que criou o mundo físico e o declarou como sendo bom. ELE nos promete uma nova
terra, onde as pessoas terão seu corpo transformado – não uma nuvem cor de rosa
onde almas desencarnadas ouvirão a música de uma harpa. No âmago do
cristianismo, encontra-se a história do próprio DEUS, que teve um corpo, carne
e sangue. ELE veio viver conosco, oferecendo tanto a cura física como a
restauração espiritual.
Nós
humanos, como Adão, somos uma combinação de pó e espírito. Da mesma maneira que
o nosso espírito afeta o nosso corpo, este afeta o nosso espírito. Não podemos cometer
pecados com o nosso corpo sem prejudicar nossa alma, porque corpo e alma estão
inseparavelmente unidos. Na nova terra, teremos o corpo ressurreto, que não foi
corrompido pelo pecado. Então apreciaremos a plenitude da nossa salvação.
A
liberdade é uma marca da fé cristã – liberdade do pecado e da culpa, e
liberdade de usar e apreciar qualquer coisa que venha de DEUS. Mas os cristãos
não devem abusar dela e afligir a si mesmos ou às outras pessoas. Os excessos
trazem sérias conseqüências. A glutonaria, por exemplo, leva à obesidade. Tenha
cuidado para não transformar o que DEUS lhe permitiu apreciar em um hábito ruim
que passe a controlar a sua vida. No capítulo 8 de 1ª Coríntios tem uma
instrução completa sobre a liberdade cristã.
A
imoralidade sexual é uma tentação que está sempre diante de nós. No cinema, na
televisão, nas ruas, em todos os lugares que vamos, ela está lá. O sexo fora do
casamento é tratado pela sociedade como algo normal, desejável, como parte da
vida. Por outro lado, já o casamento é freqüentemente mostrado como limitado,
monótono e triste. Podemos até ser tratados com desprezo pelos outros se formos
considerados puros. Mas DEUS não proíbe os pecados sexuais somente para
dificultar. ELE conhece o poder que o pecado tem de destruir-nos física e
espiritualmente.
Ninguém
deve desprezar o poder de destruição da imoralidade sexual.
Ela
devastou incontáveis vidas, destruiu famílias, igrejas, comunidade e até
nações. DEUS quer proteger-nos para não prejudicarmos a nós mesmos e aos
outros. Assim ELE oferece a realização de que necessitamos livrando-nos de
nossa solidão e desejos ímpios. O SENHOR promete satisfazer-nos por meio de sua
presença em nossa vida.
Este
ensino a respeito da imoralidade sexual e das prostitutas era especialmente
importante para a igreja coríntia porque o templo da deusa do amor, Afrodite,
ficava em Corinto. Esse templo empregava mais de mil prostitutas como
sacerdotisas, e o sexo era parte do ritual de adoração. Paulo declarou
claramente que os cristãos não devem tomar parte na imoralidade sexual, ainda
que isso seja aceitável e popular em nossa cultura.
Os
cristãos são livres para ser tudo o que puderem para DEUS, mas não estão livres
de DEUS. O SENHOR criou o sexo para ser um belo e essencial ingrediente do
casamento, mas o pecado sexual – a prática de sexo fora do casamento – sempre fere
alguém. É uma atitude que magoa a DEUS porque mostra que preferimos seguir
nossos próprios desejos a colocar-nos sob a direção do ESPÍRITO SANTO. Fere
também aos outros porque viola o comprometimento tão necessário a um
relacionamento sadio. Além disso, freqüentemente traz doenças às pessoas. Ainda
afeta profundamente a personalidade, que responde através da angústia por esses
ferimentos de caráter físico e espiritual.
O
que Paulo quis dizer quando mencionou que o nosso corpo pertence a DEUS?
Muitas
pessoas dizem que têm o direito de fazer o que quiserem com seu corpo. Embora
pensem que isso seja liberdade, estão na realidade escravizadas por seus próprios
desejos. Quando nos tornamos cristãos, o ESPÍRITO SANTO passa a habitar em nós.
Assim sendo, o nosso corpo não nos pertence mais. O fato de DEUS ter nos
comprado “por bom preço” alude nossa
condição de escravos adquiridos em um leilão. A morte de CRISTO nos libertou do
pecado, mas nos obriga a servi-lo. Se alguém viver em um edifício de
propriedade de outra pessoa, procurará evitar violar as regras do edifício. Por
seu corpo pertencer a DEUS, você não deve violar os padrões de vida
estabelecidos pelo SENHOR.
O
que é, então, a “fornicação”, além da imoralidade sexual – a sua violação dos
princípios morais e eternos de Deus? É, também, um “acordo” entre duas pessoas que envolve vender o corpo; não
obviamente, nem necessariamente por dinheiro, mas por outras comodidades.
Quando é vendido por dinheiro é chamado de “prostituição”,
mas para outras coisas é julgada por muitos como inocente.
Por que os jovens, ou pessoas de
qualquer idade, unem os seus corpos fora do casamento e fora de um compromisso
à “pessoa” – corpo e alma – para
sempre?
Uma jovem oferece o seu corpo para um
jovem como um negócio: para que ela possa ir a uma festa com um rapaz popular,
para que ela possa se divertir ou ter prazer, que ele possa viver com ela e
dividir o aluguel, para que ele possa comprar presentes para ela e levá-la a
restaurantes chiques, para que ele possa deixá-la dirigir o seu carro
esportivo, para que ele possa gostar dela e ser o seu namorado.
O mesmo, para estas e talvez para
outras razões, faz com que um jovem cometa fornicação
com uma moça. Nenhum dos dois une o seu corpo a outro fora do casamento num
vazio ou numa situação neutra. Há sempre na mente de um ou dos dois um acordo,
uma transação, uma negociação do corpo.
Deus
nunca planejou homens ou mulheres para venderem os seus corpos. Deus criou o
homem para amar a sua esposa como o seu próprio corpo, exaltá-la e as suas
necessidades acima de si mesmo, e “grudar
nela como cola” (“unir-se” a
ela).
Ele
planejou a mulher para mostrar afeição a seu marido, respeitá-lo,
reverenciá-lo, e se submeter a ele e às suas necessidades (veja Efésios 5:22-33 – “Vós, mulheres, submetei-vos a
vossos maridos, como ao Senhor; porque o marido é a cabeça da mulher, como
também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o Salvador do corpo. Mas,
assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres o sejam em
tudo a seus maridos. Vós, maridos, amai a vossas mulheres, como também Cristo
amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela, a fim de a santificar, tendo-a
purificado com a lavagem da água, pela palavra, para apresentá-la a si mesmo
igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem qualquer coisa semelhante, mas santa
e irrepreensível. Assim devem os maridos amar a suas próprias mulheres, como a
seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo. Pois nunca
ninguém aborreceu a sua própria carne, antes a nutre e preza, como também
Cristo à igreja; porque somos membros do seu corpo. Por isso deixará o homem a
seu pai e a sua mãe, e se unirá à sua mulher, e serão os dois uma só carne.
Grande é este mistério, mas eu falo em referência a Cristo e à igreja. Todavia
também vós, cada um de per si, assim ame a sua própria mulher como a si mesmo,
e a mulher reverencie a seu marido”).
Submeter-se
a outra pessoa é muitas vezes um conceito mal interpretado. Não significa
tornar-se um capacho. CRISTO – perante este nome se dobrará “todo joelho dos que estão nos céus, e na
terra, e debaixo da terra – Filipenses 2.10” – submeteu sua vontade ao PAI,
e honramos a CRISTO quando seguimos seu exemplo. Quando nos submetemos a DEUS,
tornamo-nos mais dispostos a cumprir sua ordem de nos submeter aos outros,,
isto é, de subordinar nossos direitos aos do próximo.
No
relacionamento do matrimônio, tanto o marido como a esposa devem se submeter.
No caso da esposa, isso significa que ela deve prontamente obedecer à liderança
do marido em CRISTO. Para o marido, significa deixar de lado seus próprios
interesses a fim de cuidar da esposa. A submissão raramente se transforma em
problema em lares onde ambos os cônjuges mantém um forte relacionamento com
CRISTO e cada um está preocupado com a felicidade do outro.
Nos
dias de Paulo, mulheres, crianças e escravos deveriam se submeter ao chefe da
família. Os escravos deveriam obedecer até que se tornassem livres; os meninos,
até que se tornassem adultos; e as mulheres e as meninas, durante toda a vida.
Paulo insistiu na igualdade de todos os crentes em CRISTO (Gálatas 3.28), mas não
sugeriu que deveriam subverter à sociedade romana para alcançá-la. Ao contrário,
ele aconselha a todos os crentes a submeterem-se mutuamente por sua livre
escolha – esposas aos maridos e também os maridos às esposas; escravos aos seus
senhores e também os senhores aos seus escravos; os filhos aos pais e também os
pais aos filhos. Esse tipo de submissão mútua preserva a ordem e a harmonia na
família quanto aumenta o amor e o respeito entre os seus membros.
Algumas
pessoas distorceram o ensino de Paulo, dizendo que ele transfere uma autoridade
ilimitada aos maridos, e não podemos concordar com elas. Paulo diz à esposa que
ela deve obedecer ao marido. Ora, o fato de um ensinamento não ser muito
popular não nos dá o direito de ignorá-lo. De acordo com a Bíblia, o homem é o
cabeça da família, e a mulher deve reconhecer a sua liderança. Assim como JESUS
serviu aos seus discípulos a ponto de lavar-lhes os pés, também o marido deve
servir à esposa. Um marido prudente, que ama a CRISTO, não tirará vantagem de
seu papel de líder, assim como uma esposa prudente, que ama a CRISTO, não
tentará minar a liderança do marido. Qualquer abordagem errônea causará desunião
e atrito ao matrimônio.
Por
que Paulo diz às esposas que devem obedecer e aos maridos que devem amar?
Talvez
as esposas cristãs, recentemente libertas em CRISTO, considerassem muito difícil
obedecer; e talvez os homens cristãos, acostumados com a tradição romana que
concedia poder ilimitado ao chefe da família, não estivessem habituados a
tratar suas esposas com respeito e amor. É claro que ambos, maridos e esposas,
devem submeter-se e amar-se mutuamente.
Alguns
cristãos pensavam que Paulo adotasse uma posição contrária ao casamento por
causa de seu conselho em 1ª Coríntios 7.32-38. Entretanto, estes versículos de
Efésios mostram seu alto conceito sobre o casamento. Aqui o casamento não
representa uma necessidade prática ou a cura para a luxúria, mas o retrato do
relacionamento entre CRISTO e sua Igreja!
Mas
por que essa aparente diferença?
O
conselho de Paulo em 1ª Coríntios foi elaborado sob uma situação de emergência
durante o período da crise da perseguição. O conselho de Paulo aos efésios, por
outro lado, traduz o ideal bíblico do matrimônio. Para ele, o casamento é uma
união santificada, um símbolo vivo, um precioso relacionamento que necessita de
terno e abnegado carinho, um relacionamento sacrificial.
Paulo
dedica o dobro de palavras para aconselhar os maridos a amar às esposas do que
para pedir às esposas que obedeçam aos maridos.
Como
um homem deve amar sua esposa?
1
– Deve estar disposto a sacrificar tudo por ela;
2
– Dar a maior importância ao seu bem estar; e
3
– Cuidar dela como cuida do seu próprio corpo.
Nenhuma
esposa deve temer submeter-se a um homem que a trata dessa maneira.
A
morte de CRISTO tornou a igreja pura e santificada. Ela nos purifica dos velhos
hábitos do pecado e nos separa para seu serviço especial e sagrado.
Em
Hebreus 10.29 e 13.12 – “de quanto maior castigo
cuidais vós será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver
por profano o sangue do pacto, com que foi santificado, e ultrajar ao Espírito
da graça? Por isso também Jesus, para santificar o povo pelo seu próprio sangue,
sofreu fora da porta”. CRISTO purificou a igreja, e isso é simbolizado
pelo batismo. Pelas águas batismais, preparamo-nos para fazer parte da igreja,
assim como as noivas do antigo Oriente Próximo eram preparadas para o casamento
por um banho cerimonial. É a Palavra de DEUS que nos purifica.
Em João 17.17 e Tito 3.5 – “Santifica-os na verdade, a tua palavra é a verdade. não em virtude de
obras de justiça que nós houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos
salvou mediante o lavar da regeneração e renovação pelo Espírito Santo”. Um
seguidor de CRISTO se torna puro e santo por meio da fé e da obediência à
Palavra de DEUS (Hebreus 4.12). Ele já aceitou o perdão advindo da morte
sacrificial de CRISTO (Hebreus 7.26,27).
Mas a aplicação diária da Palavra de DEUS tem um
efeito purificador em nossa mente e em nosso coração. As Escrituras tornam os
pecados manifestos, motivam-nos a confessá-los e nos guiam de volta ao caminho
certo, renovando o nosso relacionamento com CRISTO. Todos os nossos pecados, não
somente alguns, são lavados. Entendemos que a lavagem se refere à água do
batismo, que é sinal da salvação. Ao se tornar cristão, o crente reconhece a
CRISTO como SENHOR e também sua obra salvífica. Ganhamos a vida eterna com
todos os tesouros. Temos uma nova vida através do ESPÍRITO SANTO, e ELE continuamente
renova os nossos corações. Nada disso acontece por termos recebido um pagamento
ou por algum mérito de nossa parte; tudo isso é dom de DEUS.
A
união pelo matrimônio faz com que o marido e a esposa tornem-se uma só pessoa,
de tal forma que muito pouco pode afetar a uma delas sem afetar a outra. A unidade
no matrimônio não significa que os cônjuges percam a própria personalidade. Ao
contrário, significa cuidar da outra pessoa com o mesmo cuidado dispensado a si
mesmo, aprender a prever e a antecipar as necessidades do outro, fazendo com
que este se torne aquilo q eu foi
idealizado. A história da criação nos fala do plano de DEUS em que o marido e a
esposa devem ser uma única pessoa (Gênesis 2.24 – “Portanto deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á à sua
mulher, e serão uma só carne”). JESUS também se referiu a esse plano em
Mateus 19.4-6 – “Respondeu-lhe Jesus: Não
tendes lido que o Criador os fez desde o princípio homem e mulher, e que
ordenou: Por isso deixará o homem pai e mãe, e unir-se-á a sua mulher; e serão
os dois uma só carne? Assim já não são mais dois, mas um só carne. Portanto o
que Deus ajuntou, não o separe o homem”.
Quando estão dispostos a se entregarem
um ao outro – não usar ou negociar um ao outro pelos seus corpos – então podem
se unir como uma só carne, um privilégio e um selo do seu comprometimento para
toda a vida.
Qualquer outra coisa é meramente
negociar os seus corpos para favores temporais; “prostituição”, como o Senhor chama. E disso, os cristãos devem “fugir”, como fez José, para que não
cometam “tamanha maldade” e pecar contra Deus (veja Gênesis 39:9
– “ele não é maior do que eu nesta casa;
e nenhuma coisa me vedou, senão a ti, porquanto és sua mulher. Como, pois,
posso eu cometer este grande mal, e pecar contra Deus?”. A esposa de
Potifar não conseguiu seduzir José, que resistiu à tentação afirmando que isto
seria um pecado contra DEUS. José não disse: “Eu estaria magoando você”, ou “Eu
estaria pecando contra Potifar”, ou “Eu
estaria pecando contra mim mesmo”. Sob pressão, tais desculpas são
facilmente racionalizadas. O pecado sexual não é somente entre dois adultos que
consentem; é um ato de desobediência a DEUS.
Em 1ª Coríntios 6:18 – “Fugi da prostituição. Qualquer outro
pecado que o homem comete, é fora do corpo; mas o que se prostitui peca contra
o seu próprio corpo”). Os cristãos são livres para ser tudo o que puderem
para DEUS, mas não estão livres de DEUS. O SENHOR criou o sexo para ser um belo
e essencial ingrediente do casamento, mas o pecado sexual – a prática de sexo
fora do casamento – sempre fere alguém. É uma atitude que magoa a DEUS porque
mostra que preferimos seguir nossos próprios desejos a colocar-nos sob a direção
do ESPÍRITO SANTO. Fere também aos outros porque viola o comprometimento tão
necessário a um relacionamento sadio. Além disso, freqüentemente traz doenças às
pessoas. Ainda afeta profundamente a personalidade, que responde através da angústia
por esses ferimentos de caráter físico e espiritual.
Em Romanos 13.8-10, por que o amor aos
semelhantes é considerado um dever?
É pelo fato de que estamos
permanentemente em débito com CRISTO por causa do pródigo amor que ELE derramou
sobre nós. A única forma que temos de expressar esse amor é amando o nosso próximo.
Como o amor de CRISTO sempre será infinitamente maior do que o nosso, teremos
sempre a obrigação de amar os nossos semelhantes.
De alguma forma, muitos cristãos
aceitaram a idéia de que o amor próprio é errado. Mas se fosse assim, não
haveria sentido amar ao próximo como a nós mesmos. Paulo explicou as implicações
do amor próprio. Mesmo que este esteja em baixa, você não estará disposto a
passar fome voluntariamente. Cada um de nós cuida de seu corpo ao alimentar-se,
descansar, fazer exercícios, vestir-se razoavelmente bem e abrigar-se. Também
nos protegemos contra enganos e ofensas. Este é o tipo de amor que devemos ter
por nosso próximo.
Mas será que verificamos se ele está
bem alimentado, vestido e abrigado?
Estamos preocupados com questões de
justiça social?
Amar os outros como a nós mesmos
significa trabalhar ativamente para que as necessidades alheias sejam atendidas.
É interessante notar que as pessoas que se dedicam aos outros mais do que a si
mesmas raramente sofrem de baixa auto-estima.
Os cristãos devem obedecer à lei do
amor, que suplanta tanto as leis civis quanto as religiosas. É muito fácil
procurar desculpar nossa indiferença para com os outros, simplesmente por não
termos a obrigação legal de ajudá-los; também é comum nos justificarmos quando
prejudicamos os outros por nossos atos tecnicamente legais. Mas JESUS não deixa
brechas em sua lei do amor; devemos ir além da lei humana e imitar o DEUS do
amor.
DEUS os abençoe, ame mais a si mesmo e
ao próximo; deixe a prostituição, a fornicação, largue o pecado; aceite JESUS
CRISTO como o seu SENHOR e SALVADOR.
Amém!!!!
Amém!!!
Pr. JACIR AILTON DA SILVEIRA – Teólogo
Comunidade Cristã de Umuarama
Membro do CFP – Conselho Federal de Pastores
desde 07/2010, sob nº C-1280
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