quarta-feira, 4 de julho de 2012

LÁGRIMAS NÃO SIGNIFICAM ARREPENDIMENTO


LÁGRIMAS NÃO SIGNIFICAM ARREPENDIMENTO
Pr. JACIR AILTON DA SILVEIRA- Membro do CFP – Conselho Federal de Pastores sob nº. C – 1.280
 “Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento”. – Mateus 3.8
João Batista chamou os judeus para algo maior do que ouvir suas palavras ou praticar rituais; disse-lhes que mudassem de comportamento. A frase: “Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento”, ou seja, façam algo que demonstre que vocês se arrependeram de seus pecados, aponta para o fato de que DEUS vê além de nossas palavras e atividades religiosas. Ele examina se nossa conduta é coerente com o que dizemos, julga as nossas palavras pelas ações que as acompanham.
SUAS ATITUDES ESTÃO DE ACORDO COM SEU DISCURSO?
Arrependimento gera frutos que condizem com o verdadeiro arrependimento. Há arrependimento verdadeiro e há arrependimento fingido. Os frutos diferenciam um do outro. Sendo assim, precisamos identificar quais são os frutos que caracterizam o verdadeiro arrependimento. Se fizermos uma identificação errada faremos uma constatação equivocada de nosso próprio estado espiritual. Malaquias é um bom lugar para começar a entender:
“Ainda fazeis isto outra vez, cobrindo o altar do SENHOR de lágrimas, com choro e com gemidos; de sorte que ele não olha mais para a oferta, nem a aceitará com prazer da vossa mão. E dizeis: Por quê? Porque o SENHOR foi testemunha entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira, e a mulher do teu pacto. E não fez ele somente um, ainda que lhe sobrava o espírito? E por que somente um? Ele buscava uma descendência para Deus. Portanto guardai-vos em vosso espírito, e ninguém seja infiel para com a mulher da sua mocidade. Porque o SENHOR, o Deus de Israel diz que odeia o divórcio…”(Malaquias 2.13-16).
Os judeus tornaram-se infiéis. Embora não dissessem abertamente que rejeitavam a DEUS, viviam como se ELE não existisse. Os homens casavam-se com mulheres que adoravam ídolos. O divórcio era comum e acontecia sem razão alguma que não fosse um desejo de mudança.
O povo agia como se fosse permitido fazer qualquer coisa, sem sofrer qualquer punição. E questionava por que DEUS se recusava a aceitar suas ofertas e abençoá-lo (2.13).
Não podemos ser bem-sucedidos, se separamos a nossa comunhão com DEUS do restante de nossa existência. ELE deve ser o SENHOR de tudo. Tornaram-se desencorajados e complacentes sobre a obediência de todas as leis de DEUS vendo que as profecias não se cumpriram imediatamente sobre a vinda do futuro Messias. Esta complacência levou-os gradualmente a pecar ostensivamente, como no caso do casamento com as mulheres que adoravam ídolos. Esdras e Neemias também confrontaram estes problemas nos anos anteriores – conforme está em Esdras 9 e 10 e Neemias 13.23-31.
O povo reclamava de suas circunstâncias adversas, quando, na realidade, deveria culpar a si mesmo. As pessoas freqüentemente tentam evitar sentimentos de culpa, por meio de tentativas de transferência de seu erro. Mas isto não resolve o problema. Quando você enfrentar problemas, olhe primeiramente para si mesmo.
SE VOCÊ MUDASSE SUA ATITUDE OU COMPORTAMENTO, O PROBLEMA NÃO SERIA RESOLVIDO?
O divórcio nesta época era praticado exclusivamente por homens. Eram desleais às suas esposas e ignoravam os votos do casamento que fizeram diante de DEUS; corrompia deste modo, seu propósito de criar filhos tementes que amassem o SENHOR. Os homens não só eram infiéis às suas esposas; também ignoravam o fato de que este laço de comunhão era uma ilustração de sua união com DEUS.
A frase: “e ninguém seja desleal para com a mulher da sua mocidade” significa estabelecer com o casamento o mesmo compromisso que DEUS tem com suas promessas para o seu povo. Nosso amor deve ser exclusivamente reservado ao nosso cônjuge.
Aqui Deus reclamou daqueles que, sem causa justa, divorciavam-se de suas esposas. Deus diz que isso é infidelidade, uma transgressão do pacto. Mas com quem Deus falava aqui? Com um povo completamente indiferente a situação? Não! Ele falava com um povo que, diante da situação, estava imerso nas lágrimas, no choro e no gemidos. Mas ainda assim, eles eram rejeitados por Deus: “Ele não olha mais para a oferta, nem a aceitará com prazer da vossa mão”. Isso nos ensina que nenhuma dessas coisas podem ser reconhecidas como sendo, em si mesmos, sinal do genuíno. Lágrimas, choro ou mesmo gemidos não são sinais de um genuíno arrependimento. O povo contra quem Deus fala aqui faziam todas essas coisas. Isso é confirmado na epístola aos hebreus:
E ninguém seja devasso (fornicador), ou profano, como Esaú, que por uma refeição vendeu o seu direito de primogenitura. Porque bem sabeis que, querendo ele ainda depois herdar a bênção, foi rejeitado, porque não achou lugar de arrependimento, ainda que com lágrimas o buscou”. (Hebreus 12.16-17).
Nos dois versículos anteriores – Hebreus 12.14-15 nos mostra que o povo estava familiarizados com o ritual de limpeza cerimonial que os preparava para a adoração, e sabiam que tinham que ser santos e estar limpos a fim de entrarem no Templo.
O pecado sempre bloqueia a nossa visão em relação a DEUS; por esta razão, se quisermos vê-lo, deveremos renunciar ao pecado e obedecê-lo.
No Salmos 24.3-4 – “Quem subirá ao monte do SENHOR ou quem estará em seu lugar santo? Aquele que é limpo de mãos e puro de coração, que não entrega a sua alma à vaidade, nem jura enganosamente”.
O salmista Davi aqui está falando de todas as mentiras, especialmente àquelas ditas sob juramento – como é o caso do casamento. Como DEUS estima a honestidade!
A desonestidade surge facilmente, especialmente quando a veracidade completa pode custar algo, incomodar ou colocar-nos sob uma ótica desfavorável. A comunicação desonesta dificulta os relacionamentos. Sem honestidade, é impossível ter um relacionamento com DEUS. Se mentirmos, começaremos a enganar a nós mesmos. DEUS não pode ouvir-nos ou falar conosco se estivermos construindo uma parede de engano.
A santidade anda lado a lado com a paz. Um relacionamento correto com DEUS nos leva a relacionamentos corretos com os nossos irmãos – seu cônjuge é antes de tudo seu irmão. Embora nem sempre amamos os nossos irmãos de forma apropriada, à medida que nos tornamos mais parecidos com CRISTO deveremos procurar a paz com todos.
Como uma pequena raiz que cresce e se torna uma grande árvore, a amargura surge em nosso coração e obscurece até os nossos relacionamentos cristãos mais profundos. Uma “raiz de amargura” surge quando permitimos que a decepção se transforme em ressentimento ou quando alimentamos rancores relacionados a mágoas passadas. A amargura traz consigo o ciúme, a dissensão e a imoralidade. Porém, quando o ESPÍRITO SANTO nos enche, ELE pode curar a mágoa que causa a amargura.
A história de Esaú nos mostra que os erros e os pecados têm conseqüências mais duradouras do que imaginamos (Leiam Gn. 25.29-34; 27.36). Mesmo o arrependimento e o perdão nem sempre eliminam as conseqüências do pecado.
Com que freqüência você toma decisões baseando-se naquilo que deseja agora, em vez de tomá-las baseando-se naquilo que é necessário em longo prazo?
Avalie os efeitos de longo prazo de suas decisões e ações.
Esaú, com lágrimas, buscou voltar atrás. Mas seu arrependimento não era genuíno. O texto diz que ele era “devasso” e “profano” e, portanto, “foi rejeitado”. Lágrimas, choro ou mesmo gemidos, em si mesmos, não são sinais de um genuíno arrependimento. Podem acompanhar o genuíno arrependimento, mas por si só não significam absolutamente nada.
O texto de Malaquias nos ensina qual é o verdadeiro fruto: “Portanto guardai-vos em vosso espírito, e ninguém seja infiel para com a mulher da sua mocidade. Porque o SENHOR, o Deus de Israel diz que odeia o divórcio…”
O fruto do genuíno arrependimento não é o colapso emocional (ainda que isso possa acompanhar), mas é a obediência. O verdadeiro arrependido não é caracterizado pelo emocionalismo, mas por um firme propósito de abandonar a iniqüidade. O caso de Zaqueu ilustra isso bem:
“E, levantando-se Zaqueu, disse ao Senhor: Senhor, eis que eu dou aos pobres metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, o restituo quadruplicado. E disse-lhe Jesus: Hoje veio a salvação a esta casa, pois também este é filho de Abraão”. (Lucas 19.8-9).
A julgar pela reação da multidão, Zaqueu deve ter sido um publicano muito desonesto. Mas depois que conheceu JESUS, percebeu que sua vida precisava ser completamente corrigida. Ao ofertar aos pobres com generosidade e fazer as devidas restituições àqueles a quem enganou, Zaqueu demonstrou mudança interior por meio de uma ação exterior.
Não é suficiente seguir a JESUS apenas no pensamento ou no coração. É necessário demonstrarmos nossa fé por meio de uma mudança de comportamento.
Sua fé resultou em ação?
Que mudanças você precisa fazer?
Ao JESUS dizer que Zaqueu era um filho de Abraão, contudo estava perdido, JESUS deve ter chocado seus ouvintes, que não deve ter gostado de reconhecer que aquele publicano impopular era um irmão e que um filho de Abraão pudesse perder-se.
Mas uma pessoa não é salva por que nasceu em uma boa família nem condenada devido a uma herança ruim; a fé é mais importante do que a genealogia. JESUS veio salvar os perdidos, a despeito do passado ou estilo de vida que cada um teve anteriormente. Por meio da fé os perdidos podem ser perdoados e transformados em novas criaturas.
Zaqueu era um ladrão. Mas quando ele se arrependeu genuinamente, o fruto disso não foi o de entrar em um colapso emocional como se isso fosse suficiente. Jesus reconheceu que seu arrependimento era verdadeiro porque o seu firme propósito era o de obedecer a Lei de Deus.
“Falou mais o SENHOR a Moisés, dizendo: Quando alguma pessoa pecar, e transgredir contra o SENHOR, e negar ao seu próximo o que lhe deu em guarda, ou o que deixou na sua mão, ou o roubo, ou o que reteve violentamente ao seu próximo, Ou que achou o perdido, e o negar com falso juramento, ou fizer alguma outra coisa de todas em que o homem costuma pecar; Será pois que, como pecou e tornou-se culpado, restituirá o que roubou, ou o que reteve violentamente, ou o depósito que lhe foi dado em guarda, ou o perdido que achou, Ou tudo aquilo sobre que jurou falsamente; e o restituirá no seu todo…” (Levítico 6.1-5).
Em Colossenses 3.9-10 – “Não mintais uns aos outros, pois que já vos despistes do velho homem com os vossos feitos e vos vestistes do novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou”.
Devemos nos livrar de todas as práticas más e da imoralidade. Então poderemos nos comprometer com o que CRISTO ensina. Paulo estava rogando aos crentes a permanecerem verdadeiros e coerentes à sua confissão de fé. Deveriam se livrar da vida velha e se revestirem da nova natureza dada por CRISTO.
Será que você tem permanecido fiel ao compromisso assumido com CRISTO?
Mentir uns aos outros rompe a unidade destrói a confiança. A mentira destrói os relacionamentos e pode levar a um sério conflito em sua igreja, em sua casa, em seu local de trabalho, em seus relacionamentos, em sua família. Então não exagere as estatísticas,, não espalhe boatos ou fofocas, nem diga algo a fim de aumentar a sua própria imagem. Comprometa-se em dizer a verdade.
O que significa revestir-se do novo homem?
Significa que a sua conduta deve estar de acordo com a sua fé. Se você é um cristão, deve agir como um cristão. Ser um cristão significa mais do que apenas tomar decisões e ter boas intenções; significa tomar as atitudes certas. Este é um passo direto que é tão simples quanto vestir suas roupas.
Todo cristão está participando de um programa de educação contínua. Quanto mais conhecemos a CRISTO e a sua obra, mais estamos sendo mudados para ser como ELE. Como esse processo dura toda a vida, nunca devemos parar de aprender e de obedecer. Não há nenhuma justificativa para ficarmos alienados, mas há um incentivo para encontrarmos os ricos tesouros de nosso crescimento NELE.
Manter-se alienado com a vontade do SENHOR exige prática, revisão contínua, paciência e concentração.
Amém!
DEUS abençoe.

Amém!!!
Pr. JACIR AILTON DA SILVEIRA – Teólogo
Comunidade Cristã de Umuarama
Membro do CFP – Conselho Federal de Pastores desde 07/2010, sob nº C-1280
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