PAZ
E LONGANIMIDADE NO RELACIONAMENTO FAMILAR
Pr.
JACIR AILTON DA SILVEIRA – Membro do CFP – Conselho Federal de Pastores desde
07/2010 sob o nº. C-1280
(Gálatas 5; Efésios 5,
6:1-4)
-O QUE É PAZ?
-PAZ NO CONCEITO DOS HOMENS
-ausência de lutas,
tranqüilidade pública, concórdia, ausência de conflitos íntimos, tranqüilidade
de alma, etc.
-A BUSCA DA SOCIEDADE PELA
PAZ
-entre as nações, na
comunidade, no campo, na família, no próprio ser humano, etc. a paz do mundo é
passageira, interesseira (comercial, militar, diplomática, político, etc). A
paz que Jesus dá nos faz ter paz com Deus (Rm 5.1)
-A PAZ NAS RELAÇÕES
FAMILIARES
Só a paz com Deus, a paz
deixada pelo Senhor Jesus, pode,verdadeiramente, fazer existir nas relações
familiares os resultados dessa paz: harmonia, ausência de conflitos,concórdia,
etc. Sem a paz de Jesus essas coisas não têm sustentabilidade.
-O PROBLEMA DA SUBORDINAÇÃO
DA MULHER AO MARIDO
Na intimidade da vida e do
lar a ética cristã é frequentemente sujeita a um teste rigoroso. A boa ordem na
sociedade e em todas as relações humanas depende do reconhecimento do princípio
divinamente revelado de subordinação. Esse princípio Paulo aplica, na carta aos
efésios, a esposas e maridos, a filhos e a pais.
-O RELACIONAMENTO CONJUGAL
-Ef 5:22 – Talvez esta seja
uma das passagens mais mal interpretadas, especialmente pelos homens
não-crentes, e até por alguns irmãos. Então, o que significa essa submissão do
ponto de vista cristão? Certamente não significa servidão, subserviência,
inferioridade. Há que se considerar todo o contexto em que está incluído o
referido texto. Logo no versículo 25 de Ef.5, o apóstolo dirige-se aos maridos
da seguinte forma: “Maridos, amai vossa
mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela”.
E no vs. 28 diz que os maridos devem amar a sua mulher como ao próprio corpo, e
que os dois, no casamento, tornam-se uma só carne (v.31). Notar bem: amar a
mulher como Cristo amou a igreja; amar a mulher como a seu próprio corpo.
Escreve ainda o apóstolo que
“a mulher não tem poder sobre seu
próprio corpo, e sim o marido; e, semelhantemente, o marido não poder sobre o
seu próprio corpo, e sim a mulher” (1 Coríntios 7:4). Devemos entender essa
submissão como respeito ao marido (ver v.33), posto que, se ambos são uma só
carne, existe uma interdependência entre eles, porque a Bíblia também ensina em
1 Coríntios 11:11-12: “No Senhor,
todavia, nem a mulher é independente do homem, nem o homem, independente da
mulher. Porque, como provém a mulher do homem, assim também o homem é nascido
da mulher, e tudo vem de Deus”. Ora, diante dessa interdependência, como
pode haver essa submissão literal, explícita, no sentido de subserviência, tal
qual muitos querem entender? Ambos, marido e mulher, necessitam-se.
Deus estabeleceu uma certa
ordem para as relações familiares, pela qual a mulher deve estar sujeita ao
marido. Isso, porém, não implica inferioridade. A sanção dada para encorajar as
esposas neste rumo divinamente indicado, e contra o qual o ser natural pode
rebelar-se, se acha nas palavras COMO AO
SENHOR, em Ef 5:22. De que forma nos submetemos ao Senhor? Em amor.
O apóstolo Paulo recomenda
que “os maridos amem suas mulheres assim
como Cristo amou sua igreja”. De que forma Cristo amou sua igreja? Não foi
oprimindo-a, não foi suprimindo a personalidade de seus seguidores, etc. Jesus
amou sua igreja ao ponto de dar a vida por ela (Jo 15:13) e tratar os seus
seguidores não como servos, mas como amigos (Jo 15:15). Isso revela confiança,
intimidade com o Senhor, que, todavia, é para os que O temem.
Visto que neste assunto Deus
estabeleceu uma lei, o único caminho é de obedecer a essa lei por amor a Ele, e
como a Ele. Muitos problemas domésticos, aparentemente insolúveis, encontrariam
sua solução se este princípio lhes fosse aplicado.
A ordenação divina para a
vida familiar é que o marido seja o cabeça da mulher (v.23). O marido deve
basear sua conduta na de Cristo para com Sua igreja. Nesta relação não havia
opressão, mas sacrifício, pois Ele é o salvador do corpo (a igreja). De notar
que as responsabilidades especiais que se aplicam ao marido como cabeça são
tratadas em mais detalhes do que as que se referem à subordinação da mulher.
O padrão celestial é
novamente apresentado, de modo que o marido cristão deve amar sua esposa como
Cristo amou a igreja. A atitude do marido para com a esposa não deve ser de
domínio, mas de sacrifício próprio. Paulo salienta não os direitos, mas as
responsabilidades. Na família onde os princípios cristãos não são obedecidos,
não existe um lar, apenas uma casa. No mundo de hoje, há, infelizmente, muitas
casas e poucos lares. A harmonia e a felicidade no lar serão adquiridas ao se
cumprirem, da parte dos cônjuges, as responsabilidades antes de se insistir no
direito.
A mulher, como auxiliar do
homem, tem uma grande responsabilidade na paz e na longanimidade nas relações
familiares e, sendo mulher sábia, edifica sua casa, como ensina a Bíblia.
-Por que não se fala sobre a mulher amar o marido?
Na cultura daquela época a
mulher, desde cedo, era prometida ao homem. Ao homem foi ordenado amar a
mulher; à mulher cabia o respeito ao marido. Logo, o amor não era a condição
para uma mulher casar com um homem. Ela tinha que respeitar a decisão do pai em
fazê-la casar com quem ele quisesse.
-O
RELACIONAMENTO ENTRE PAIS E FILHOS
Sobre a obediência dos
filhos
Ef 6:1-2 – A obediência aos
pais é fundamental para a preservação da ordem na sociedade. Os filhos devem
obedecer aos pais a fim de aprender a autodisciplina e de crescer na vida
física, emocional e espiritual. Os filhos adultos têm a obrigação de respeitar
e amar os pais, mas não devem depender deles da mesma maneira. Bem criados,
podem tomar as decisões da vida diária com sabedoria e independência.
Os filhos não devem rejeitar
a disciplina dos pais. Diz a Bíblia: “Filho
meu, não rejeites a disciplina do Senhor, nem te enfades da sua repreensão.
Porque o Senhor repreende a quem ama, assim como o pai, aos filhos a quem quer
bem” (Pv 3:11-12).
Essa relação entre pais e
filhos, que nas gerações passadas era tão intimamente mantida, tem perdido, em
nossos dias, muito de sua solidariedade e influência (especialmente a da
mídia). Qual o comportamento e atitudes de muitos filhos em relação aos pais
hoje em dia?
Os pais são autoridade no
lar. Quando o apóstolo Paulo usa o termo obedecer,
no original grego está implícito o sentido de reconhecimento de autoridade. A própria lei da natureza outorga
autoridade ao pai e exige obediência da prole; e a lei de Deus,
especificamente, engloba a injunção no quinto mandamento, reforçando-o com a
promessa de vida longa e prosperidade para aquele que for obediente.
Sobre a disciplina e
admoestações dos pais
Ef 6:4 – A obediência
perfeita, especialmente nas crianças, depende, em grande parte, do exercício
correto de autoridade pelos pais. Uma disciplina áspera e inconstante pode
facilmente desanimar a criança (v. Cl 3:21).
A Bíblia ensina que Deus
repreende e disciplina a quanto ama (Ap 3:19). Disciplinar, repreender,
admoestar, são atos de amor. Quem ama, disciplina. O cuidado dos pais com os
filhos envolve, também, a vida espiritual dos filhos. Ver o exemplo de Jó (Jó
1:5).
Provérbios 22:6 nos oferece
uma excelente lição sobre como ensinar a criança: “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for
velho, não se desviará dele”. O que aprendemos desse texto:
1-o ensino deve começar bem
cedo, em tenra idade.
2-os pais devem ensinar no
caminho, e não apenas o caminho.
3-esse ensino desde criança,
se feito conforme os padrões de Deus, ficará indelevelmente gravado no coração
de criança, o que a impedirá de afastar-se dele.
Ocorre que há pais que
ensinam qual o caminho, mas não andam nele com o filho. Coisas como: faça o que
digo e não faça o que faço. Esse ensinamento não funciona. Os pais têm que
servir de modelo, da mesma forma que Jesus sempre ensinou-nos NO caminho, e Ele
era e é o caminho.
-O
QUE É LONGANIMIDADE?
Tendemos a confundir o
significado das palavras. Inclinamo-nos a dar a elas o sentido que mais nos
convêm. Isto acontece, por exemplo, com a palavra “longanimidade”. Gostamos de pensar que ela significa a mesma coisa
que “tolerância”. Entretanto, estas
palavras expressam coisas diferentes. Confundir o significado destas pode nos
levar a fazer confusão com o caráter do próprio Deus tornando-o tolerante ao
invés de longânimo.
A tolerância não produz
nenhum efeito, senão uma falsa paz. Tolerar é tornar-se passivo diante de uma
determinada situação ou de uma ofensa; é ser conivente com atitudes e situações
erradas. Definitivamente, passividade nada tem a ver com o caráter de Deus.
Principalmente com referência ao pecado.
Longanimidade, por seu
turno, reúne em si mesma duas qualidades: paciência e misericórdia. As duas
juntas formam o caráter do que é longânimo.
Pais não devem ser
tolerantes com os erros dos filhos. Devem, com longanimidade, paciência,
admoestá-los, ensinando-os no caminho em que devem andar. Fazer vistas grossas
para com os erros dos filhos põe em perigo a formação deles. Com o erro dos
filhos a tolerância é zero. Atente-se para o caso do sacerdote Eli em relação
aos seus dois filhos (1 Samuel 2:12-17, 22-26, 27-36; 4:5-11, 12-18).
Veja-se, também, o caso da
Igreja em Tiatira (Ap 2:20), onde o Senhor admoesta aquela igreja por conta da
tolerância em relação a Jezabel, figura de uma profetisa que enganava os
crentes.
Veja-se o exemplo de alguns
pais em relação ao comportamento e estudo escolar de seus filhos, sendo
coniventes com sua má educação na escola, quando chegam até à agressão a
professores. A televisão tem nos mostrado casos em que os pais foram à escola
tomar satisfações com a diretoria por que seus filhos foram disciplinados.
Devemos amar e ser pacientes
com nossos filhos, mas sem fazer vistas grossas para seus erros, sem passar a
mão por cima, sem admoestá-los. Nossos filhos serão os maridos de amanhã;
nossas filhas serão as esposas de amanhã. Os pais nunca devem esquecer-se dessa
verdade. Maridos, esposas e pais de amanhã estão sendo formados hoje, e os pais
atuais são os responsáveis por isso.
Alguém já escreveu que “o problema não é que mundo entregaremos
aos nossos filhos, mas que filhos entregaremos ao mundo”.
Eles terão a responsabilidade
de não se amoldarem ao presente século, de ser luz do mundo e sal da terra, de
dar continuidade à obra de anunciar o Evangelho da salvação.
Longanimidade, sim;
tolerância, não. E isso deve prevalecer, também, nas relações familiares.
Amém!!!!
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Pr. JACIR AILTON DA SILVEIRA – Teólogo
Comunidade Cristã de Umuarama
Membro do CFP – Conselho Federal de Pastores desde 07/2010, sob nº C-1280
Nossos contatos:
e-mail: prjacirailtonsilveira@gmail.com
Telefone: 0xx44 99900-9947
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“Curai os enfermos,
ressuscitai os mortos, limpai os leprosos, expulsai os demônios; de graça
recebestes, de graça dai”. – MATEUS 10·8