UM CASAMENTO QUE TINHA TUDO PARA DAR CERTO

UM CASAMENTO QUE TINHA TUDO PARA DAR CERTO

Pr. JACIR AILTON DA SILVEIRA – Membro do CFP – Conselho Federal de Pastores

Gênesis – 24 a 27

Não basta começar bem – é preciso terminar bem

Não basta ir ao altar e fazer juras de amor no dia da cerimônia de casamento – é preciso manter essa chama acesa ao longo da caminhada.

Muitos casais que chaga ao altar emocionados, bem intencionados e comprometidos com o amor ao longo da caminhada perdem esses compromissos, quebram essa aliança e caminham feridos, magoados, machucados para as barras de um tribunal, para um doloroso divórcio.

Gostaria de trazer à tona, à lumi, a história de um casal, que tinha tudo para dar certo.

Mas no meio do Caminho perderam o referencial dos princípios que devem reger um casamento feliz.

Talvez esta seja a sua situação, ou você esteja nesta situação?

Você se casou a muito tempo, talvez o seu casamento já acabou, ou talvez esteja em crise, ou talvez você esteja mantendo as aparências,  ou talvez você esteja no casamento mais infeliz.

Talvez hoje seja importante que você pare para analisar e fazer uma avaliação.

Para perceber onde se desviou da rota.

Porque que o casamento perdeu o brilho, o encanto, a beleza, a harmonia, o romantismo, o companheirismo, a leveza.

Vamos pensar juntos a respeito de Isaque e Rebeca.

Vamos ver quem era Isaque, O NOIVO.

Isaque significa = “ele sorri”

Ele era um moço crente, um homem de oração, ele era rico, ele era herdeiro de uma grande fortuna, ele era um homem que tinha sobre si uma promessa de ser o pai de uma numerosa multidão.

Certamente Isaque era o moço que toda mãe gostaria de ver sua filha casada com ele.

Tinha todas as qualidades, todas as indicações de ser um grande homem, um grande marido, e construir uma grande família.

Veja comigo quem era o sogro, o pai de Isaque, ele era nada menos que Abraão, o pai da fé; o homem, por quem todas as famílias da terra seriam abençoadas, um homem riquíssimo, herdeiro de uma grande promessa de DEUS.

Mas vamos dar uma olhadinha quem era Rebeca, A NOIVA.

Olha o perfil desta mulher; e você vai perceber que ela era uma moça bela, era uma moça trabalhadora, que ela era uma moça corajosa, que ela era uma moça prestativa, ela era uma moça amada por sua família, era uma moça decidida, era uma moça recatada; tinha tudo para dar certo.

Quando Isaque e rebeca se encontraram foi amor a primeira vista; aquele casamento começa de uma maneira muito bonita; fruto de oração, fruto de busca, fruto de espera, fruto da orientação de DEUS.

Gn. 24.65 – “Quem é aquele varão que vem pelo campo ao nosso encontro? E o servo disse: Este é o meu senhor. Então, tomou ela o véu e cobriu-se”.

Quando Rebeca soube que o homem que se aproximava para saudá-los era Isaque, seu futuro marido, ela seguiu dois costumes do Oriente; desceu do camelo para demonstrar respeito e cobriu o rosto com um véu, como noiva, demonstrando submissão ao seu futuro marido.

No v. 67 – diz que eles se casaram, e Isaque amou-a. Diz a Bíblia em G. 25.21 – que rebeca era estéril, e Isaque orou instantemente por ela durante 20 anos.

O que é orar instantemente? É implorar, suplicar veementemente a DEUS por algo ou por coisas mais íntimas e importantes.

Você teria coragem de orar por uma causa por 20 anos sem esmorecer?

Você oraria por uma cura 20 anos sem ser assaltado pela incredulidade, pela dúvida?

Pois Isaque orou por sua mulher 20 anos; até que ela concebeu e deu à luz a gêmeos, Esaú e Jacó.

DEUS QUER ATENDER OS NOSSOS PEDIDOS, MAS REQUER QUE PEÇAMOS A ELE!!!!!.

Diz a bíblia que a derrocada deste casamento começa quando Isaque vai para a terra dos filisteus, em Gerar, e ao chegar lá ele toma a seguinte decisão: Disse para Rebeca, Rebeca você é uma mulher muito bonita, e eu temo que se você falar que é minha mulher, minha esposa, eu vou ser morto, porque as pessoas vão cobiçar você, e para ter você eles vão me matar. Então Rebeca, minta para esse povo, diga para as pessoas que você é minha irmã, para que eu não seja morto.

Em Gn 26.7-9, vemos que Isaque havia mentido para se safar; e quase provoca um desastre sério.

Note você que a proposta de Isaque para Rebeca é indecorosa, é covarde, é uma contradição do amor; porque o amor do marido para com a mulher é um amor sem reservas, sacrificial, ele dá a vida por sua mulher, como CRISTO deu a vida por sua Igreja.

Na verdade Isaque colocou a sua mulher na vitrine da cobiça, na prateleira dos desejos; na verdade, Isaque em vez de proteger a sua mulher e estar pronto a morrer por ela, usou a sua mulher como escudo para se proteger.

É curioso, que a partir daí, este casal perde a comunicação; pior, é que a partir daí que esse casal que começara tão bem, tenta compensar a falta de amor, de compromisso, de fidelidade, de respeito nos filhos.

Deixe-me dizer uma cousa para você; nunca coloque o seu filho no lugar de seu cônjuge.

O maior presente que você pode dar para o seu filho, para a sua filha; é amar a sua mulher, é amar o seu marido, amar a mãe de seus filhos, amar o pai de seus filhos.

Os filhos que olha para os pais e vêm os pais se respeitando, se amando, investindo no casamento, são filhos que tem estabilidade emocional, são filhos que enfrentam as lutas da vida com galhardia, porque sabem que há nos bastidores um suporte emocional.

Isaque e Rebeca cometeram um outro erro gravíssimo; eles tinham dois filhos (gêmeos); o que que aconteceu? Isaque passou a amar mais a Esaú, e Rebeca passou a amar mais a Jacó. Em vez deles construírem a amizade, a unidade, o companheirismo desses dois filhos; jogaram um filho contra o outro. Abriram como uma cunha de ciúmes, um abismo no relacionamento desses dois filhos.

Pai, mãe; jamais façam isso; os filhos são diferentes; mas você precisa amá-los do mesmo jeito, com a mesma intensidade, com o mesmo compromisso; você pai, você mãe, não pode ter predileção por um filho em prejuízo do outro filho.

Porque isso vai fazer o que? Vai provocar inveja, ciúme, contenda, mágoa, ressentimento, separação; chegou ao ponto de Isaque já estar velho, não enxergavam direito mais, cheio de catarata; e ele queria abençoar Esaú; quando a bênção de DEUS, desde a gravidez já havia sido dito, seria de Jacó. O projeto de DEUS passaria por Jacó; mais Isaque queria anular o projeto de DEUS abençoando Esaú em vez de Jacó conforme era o projeto de DEUS.

Por sua vez, Rebeca, por incredulidade, quis fazer a coisa certa de forma errada, achando que DEUS não era poderoso o suficiente para fazer cumprir o seu propósito. E no dia em que Isaque pediu para Esaú ir até o campo para trazer uma caça e fazer uma comida saborosa para ele; Rebeca disse para Jacó: Jacó vá ao campo e mate dois cordeiros e traga-os aqui, eu vou fazer essa comida para o seu pai antes que o seu irmão chegue com a caça; eu vou vestir você de Esaú, Esaú é peludo, vou colocar em você umas peles de cabrito, vou colocar as roupas de Esaú em você; e você vai chegar lá no quarto e vai falar para o seu pai que você é Esaú, para que ele abençoe você e não Esaú.

Diz a Bíblia que Jacó falou para a sua mãe: Mamãe isso não vai funcionar, meu pai vai descobrir essa farsa, meu pai vai descobrir essa mentira; e eu vou receber maldição em vez de bênção mamãe.

Rebeca já sem temor disse, caia sobre mim esta maldição, faça o que eu estou te mandando.

E veja você que este casal que começara tão bem, já não tem mais diálogo, já tomam medidas contrárias ao projeto de DEUS, jogam um filho contra o outro.

E desta forma Jacó entra no quarto de seu pai, e o seu pai diz: Quem é você? E Jacó responde: Eu sou Esaú. MENTIU. Isaque diz: Como é que você meu filho conseguiu encontrar essa caça tão rápido; há meu pai foi DEUS; mente e blasfema.

Agora o seu pai diz: chega aqui meu filho; e quando sentiu e aspirou o cheiro, o cheiro era de Esaú, por que as roupas eram de Esaú, mas a voz era de Jacó. Isaque disse: a voz é de Jacó, mas o cheiro, o perfume é de meu filho Esaú.

Diz a bíblia que Jacó dá um beijo em seu pai de mentira, de traição no rosto de seu pai, já velho e cego, não enxergando direito.

Esta família agora já está toda comprometida com esquema de mentira, de trama, de engano, de falsidade; porque um casamento que começou lá atrás de forma tão bonita, ao longo do caminho foi perdendo os valores referenciais.

Resultado disso: Quando Esaú chegou e percebeu que o seu irmão astuciosamente havia roubado a sua bênção, passou a odiar Jacó, e resolveu matá-lo; a sua mãe precisa chamar Jacó o seu filhinho predileto do coração e diz: meu filho, fuja que o seu irmão quer te matar, fuja de casa, vai para a casa do meu irmão Labão e daqui a pouquinho, logo que passar essa raiva do seu irmão você volta, eu vou te chamar de volta.

Jacó teve que fugir de casa como mentiroso, como enganador, com a sua consciência pesada.

Quanto tempo durou isso? 20 anos, 20 anos; quando Jacó voltou, Rebeca já estava morta.

O que que aconteceu? Isaque e Rebeca passam os últimos dias do casamento amargurados, ressentidos, feridos na alma, os filhos longe de casa; porque Jacó precisou fugir.

E diz a bíblia que Esaú para punir os pais vai casar-se com mulheres gentias, pagãs.

Aquele casamento se torna sombrio, árido; porque no meio do caminho faltou investimento.

Hoje está provado que nos últimos 10 anos, o índice de divórcio na terceira idade cresceu mais de 50%; por quê? Porque muitas vezes, os casais de hoje estão cometendo os mesmo erros de Isaque e Rebeca; em vez de investir no relacionamento, compensam a fragilidade da relação conjugal nos filhos. Em vez de fortalecer os filhos, enfraquecem e fragilizam os filhos, jogam um filho contra o outro.

Aí, quando os filhos batem asas para fora do ninho, vão embora do lar da família; esse casal já de cabelos brancos, olham um para o outro que não mais se conhecem, não tem harmonia, não tem diálogo, não tem afeto, não tem respeito; e o casamento acaba na terceira idade.

Deixa eu lhe dar uma palavra: invista no seu casamento, invista no seu cônjuge, ame o seu cônjuge, valorize o seu cônjuge, respeite o seu cônjuge, abençoa o seu cônjuge, perdoa o seu cônjuge; restaura o relacionamento com o seu cônjuge. Porque é desta maneira que você vai ter uma família abençoada, é desta maneira que você vai ter filhos bem-aventurados na vida.

O maior investimento que você pode fazer nos seus filhos é investindo no seu casamento; a melhor maneira de você cuidar dos seus filhos é tendo um casamento sólido, é investindo no seu cônjuge; porque os filhos quando tem os pais na sua retaguarda como modelo, como exemplo, como refúgio; eles enfrentarão as lutas da vida; eles terão modelos e exemplos para prosseguir na jornada.

POR QUE BONS CASAMENTOS TROPEÇAM EM COISAS RUINS?

Se você é casado, que nota você daria para o seu casamento?

Você é feliz no seu casamento?

         Há um texto na Bíblia, no livro de Eclesiastes, que revela o desejo do coração de Deus para cada casal: "Goza a vida com a mulher que amas..." (Ec 9.9). Quando Deus planejou o casamento, Ele pensou em um relacionamento que proporcionasse ao casal alegria, felicidade, cumplicidade, prazer e paz. Infelizmente, com a queda (Gn 3) o homem passou a viver as consequências do pecado também no casamento.

Mas Jesus se manifestou para trazer cura e restauração (Lc 19:10 – “Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido”).

Hoje é possível ser feliz no casamento, basta praticar os princípios estabelecidos na Palavra do Senhor, que é o nosso manual de instrução (Sl 119:105e 106 – “Lâmpada para os meus pés é a tua palavra, e luz para o meu caminho. Fiz juramento, e o confirmei, de guardar as tuas justas ordenanças”).

QUANDO É QUE BONS CASAMENTOS TROPEÇAM EM COISAS RUINS?

Quando as expectativas não são cumpridas.

Quando você se casou, o que você esperava do seu cônjuge?

Todos os jovens que estão se preparando para casar, nutrem expectativas em relação ao futuro cônjuge. A jovem desenha na sua mente tudo o que ela espera daquele que será o seu marido. Muitas dizem: meu futuro marido será sensível às minhas necessidades, romântico, gentil, afetuoso, generoso, bom amante, amigo, companheiro de todas as horas, trabalhador, bom genro, etc. Não é diferente com o rapaz. Ai eles se casam, mas com um ano, os dois se frustram, porque nada daquilo que foi tão esperado acontece.

Por quê? Uma das razões é porque na maioria das vezes os casais não praticam a arte da comunicação construtiva. Um não sabe qual é a real necessidade do outro. Quando não há diálogo, as necessidades não são conhecidas e por isso não são supridas. Bons casamentos, onde os casais evitam tropeçar em coisas ruins, são aqueles onde os dois se preocupam em manter os canais de comunicação sempre abertos.

         Nunca deixe o seu marido/esposa ficar tentando adivinhar quais são as suas carências, necessidades ou anseios. Converse, dialogue, explique, se abra. Não existe outro caminho para superar este problema a não ser através da comunicação. O que muitos não sabem, é que não basta escutar, é preciso ouvir com o seu coração o coração do outro.

Ouvir com sensibilidade é se importar com aquilo que é importante para o outro. 

Que bom se você acordasse amanhã perguntado para si mesmo:

"O que eu posso fazer hoje para suprir uma carência ou necessidade do meu cônjuge?"

Esse é um dos segredos de uma vida a dois que vale a pena ser vivida! Reflita sobre isso e compartilhe com o seu cônjuge.

Amém!!!

Pr. JACIR AILTON DA SILVEIRA – Teólogo
Comunidade Cristã de Umuarama
Membro do CFP – Conselho Federal de Pastores desde 07/2010, sob nº C-1280
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